Peneiras da Sabedoria...

Dos Maçons, dos Católicos, dos Evangélicos, dos Umbandistas ou de Sócrates?
O Teste da Três Peneiras é um misto de lenda com lição de sabedoria. Nele uma determinada pessoa pretende contar a seu superior algo de que não tem muita certeza, não é necessário e nem bom. Até aqui tudo normal, uma vez que muitas fábulas têm valor moral inquestionável. A curiosidade vem do fato que muitos, com dogmas nitidamente distintos, fazem uso desta mesma história. Entre estes se encontram a Maçonaria, a Igreja Católica, Os Adventistas do Sétimo Dia e Os Umbandistas, que a contam com pequenas variações, mas sempre com mesmo o ensinamento.

Ao menos pelo que se sabe, o verdadeiro pai da lenda é Sócrates (469-399 AC), o filósofo grego. Pena não sabermos se ela é uma invenção ou se, de fato ocorreu.

Reproduzo abaixo as várias versões que encontrei, tendo o cuidado de indicar a fonte para que você possa comprovar a veracidade dos fatos.

Em tempo, deixo uma pergunta: Se grupos tão distintos de pessoas, guiados por dogmas algumas vezes diametralmente opostos, tentam fortalecer um mesmo preceito moral, será que esses grupos são realmente distintos? Será que há motivos reais para os ataques e desavenças?


A versão da Maçonaria
As Peneiras De Hiram
Encontrada em: ARLS Theobaldo Varoli Filho No 2699

Meia-noite em ponto! Mais uma jornada na construção do Templo terminara. Cansado por mais um dia, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para o tão merecido descanso. Eis que, subindo em sua direção, aproxima-se seu Mestre Construtor predileto, que lhe diz:
– Mestre Hiram... Vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor.. .
Hiram com sua infinita sabedoria responde:
– Calma, meu Mestre predileto; antes de me contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas “Três Peneiras da Sabedoria?”.
– Peneiras da Sabedoria??? Não me foram mostradas, respondeu o predileto!
– Sim... Meu Mestre! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: tudo quanto te disserem de outrem, passe antes pelas peneiras da sabedoria e na primeira, que é a da VERDADE, eu te pergunto: tens certeza de que o que te contaram é realmente a verdade?
Meio sem jeito, o Mestre respondeu:
– Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram...
Hiram continua:
– Então, se não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a peneira da BONDADE. E eu te pergunto: é alguma coisa que gostarias que dissessem de ti?
– De maneira alguma Mestre Hiram... Claro que não!
– Então a tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última; e te faço a derradeira pergunta: achas mesmo necessário passar adiante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?
– Realmente Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade. ..
– Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra. Não sobrou nada para contar.
– Entendi poderoso Mestre Hiram. Doravante somente boas palavras terão caminho em minha boca.
– És agora um Mestre completo. Volta a teu povo e constrói teus Templos, pois terminaste teu aprendizado. Porém, lembra-te sempre: as abelhas, construtoras do Grande Arquiteto do Universo, nas imundícies dos charcos, buscam apenas flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas, buscam em corpos sadios as Chagas e feridas para se manterem vivas.

A versão da Católica

“Antes de falar de alguém faça o teste das três peneiras”
Encontrada em: Oficina de Emoções

Chegou um novo pároco na paróquia de Santo Agostinho. Logo no primeiro dia Dona Flora, foi na sacristia falar com o padre.
- Padre o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do João...
Nem chegou a terminar a frase, porque o padre interrompeu:
- Espere um pouco Dona Flora, o que a senhora vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras padre?
- A primeira é da verdade. Tem certeza que esse fato é absolutamente verdadeiro?
- Não, como posso? O que sei é o que me contaram, mas eu acho que...
- Então sua história já vazou pela primeira peneira. Vamos à Segunda, a da bondade. O que a senhora vai me contar é alguma coisa que a senhora gostaria de que os outros dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Deus me livre!
- Então essa história já vazou pela Segunda peneira. Vamos a terceira que é da necessidade. A senhora acha mesmo necessário contar-me esse fato ou mesmo passá-lo adiante?
- Não padre, não tem necessidade contar.
Dona Flora deixou a sacristia muito envergonhada.
Antes de falar de alguém faça o teste das três peneiras, se o fato vazar por uma delas é melhor silenciar.


A Versão Umbandista
As Peneiras De Hiram
Encontrada em: Jornal Pai Benedito de Aruanda

Seis horas da tarde em ponto!
Mais uma jornada na construção do Templo terminara.
Cansado por mais um dia de trabalho, Mestre Hiram recostou-se sob o frescor do Ébano para tão merecido descanso.
Eis que, subindo em sai direção, aproxima-se seu primeiro Mestre Construtor predileto, que lhe diz:
-Mestre Hiram... Vou lhe contar o que disseram do segundo Mestre Construtor.. . Hiram com sua infinita serenidade e sabedoria responde:
- Calma, meu primeiro Mestre predileto, antes de contares algo que possa ter relevância, já fizeste passar a informação pelas "Três Peneiras da Sabedoria?"
- Peneiras da Sabedoria??? Não me foram mostradas, respondeu o predileto!
- Sim... Meu Mestre Predileto! Só não te ensinei, porque não era chegado o momento; porém, escuta-me com atenção: Tudo quanto te disseram de outrem, passe antes pelas peneiras da Sabedoria.
Na primeira que é a Verdade, eu te pergunto:
- Tens certeza de que o que te contaram é realmente verdade?
Meio sem jeito o Mestre predileto respondeu:
- Bom, não tenho certeza realmente, só sei que me contaram... Hiram continua:
- Então, se participou da conversa e não tens certeza, a informação vazou pelos furos da primeira peneira e repousa na segunda, que é a peneira da Bondade.
E eu te pergunto:
- É alguma coisa que gostarias que dissessem de ti?
- De maneira alguma Mestre Hiram... Claro que não!
- Então tua estória acaba de passar pelos furos da segunda peneira e caiu nas cruzetas da terceira e última peneira, e te faço a derradeira pergunta:
-Achas mesmo necessário passar a diante essa estória sobre teu Irmão e Companheiro?
- Realmente Mestre Hiram, pensando com a luz da razão, não há necessidade. ..
- Então ela acaba de vazar os furos da terceira peneira, perdendo-se na imensa terra.
Não sobrou nada para contar.
- Entendi poderoso Mestre Hiram.
Doravante somente a Verdade, com o coração cheio de Bondade e sob a Luz da Razão, boas palavras terão caminho em minha boca.
- És agora um Mestre completo.
Volta ao seio de tua família e ao teu povo e constrói teus Templos, pois terminaste teu aprendizado.
Porém, lembra-te sempre: as abelhas, construtoras do Grande Pai Celestial, nas imundices dos charcos, buscam apenas as flores para suas laboriosas obras, enquanto as nojentas moscas buscam em corpos sadios as chagas e feridas para se manterem vivas.
Autor: Emídio Alberto Mendes
Itirapina – SP


A Versão Adventista do Sétimo Dia
As três peneiras
Encontrada em: Adventistas do Sétimo Dia

Conta-se que, um dia, um amigo foi procurar Sócrates, o célebre filósofo grego, desejando contar-lhe uma “coisa” sobre a vida de um outro amigo comum.
Quero te contar algo sobre o nosso amigo Andréas que vai te deixar boquiaberto.
Espera – interrompeu o filósofo. Passaste isso que vais me contar pelas três peneiras?
Três peneiras? – indagou o interlocutor – Que três peneiras?
Primeira peneira: a "coisa" que vai me contar é verdadeira?
Eu assim creio, pois me foi contada por alguém de confiança – respondeu o amigo.
Bem, alguém te disse... Vejamos a Segunda peneira: a "coisa" que tu pretendes me contar é boa?
O outro hesitou, titubeou e respondeu:
Não exatamente.
Sócrates continuou sua inquisição:
Isso começa a me esclarecer, verifiquemos a terceira peneira, que é a prova final: o que tu tinhas a intenção de me contar é de utilidade tanto para mim como para nosso amigo Andréas, e para ti mesmo?
Não, não e não.
Então, meu caro – disse Sócrates – a "coisa" que tu pretendias me contar não é certamente verdadeira, nem boa, nem útil. Assim, não tenho a intenção de conhecê-la e aconselho-te que não procures veiculá-la.
A cada dia, somos alvos de pessoas com grande desejo de contar-nos "coisas" a respeito dos outros.

Devemos procurar fazer o "teste das três peneiras".
1. É verdade?
2. É bom?
3. É útil?
Caso negativo, devemos simplesmente evitar que sejamos parte integrante nas bisbilhotices e mexericos de pessoas ávidas de novidades sobre a vida alheia.

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