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COMO FOI A CORRIDA
Numa corrida sem grandes emoções (Como se pode ver pela cara do garotinho que estava lá assistindo) e raras ultrapassagens, por ser rápido e com curvas lentas, o circuito nos Emirados Árabes é motivo de elogios pela beleza de sua estrutura e pelo contraste de ambiente (Ver fotos abaixo), por começar a prova de dia e terminar à noite. As emoções ficaram para a largada e pelos poucos erros cometidos pelos pilotos.Barrichello, que se despediu da Brawn GP com um capacete cheio de assinaturas (e deverá ser apresentado na Williams nesta segunda) foi vítima de um erro na largada. Foi atingido por Webber logo após a reta, quebrando a ponta direita da asa do bico dianteiro. Ficou na pista assim mesmo. Teve momentos de bom rendimento, mas não passou de onde largou.
A etapa marcou ainda muitas despedidas: Fernando Alonso, que ficou lá atrás na corrida e só passou o companheiro Romain Grosjean, sai da Renault e vai para a Ferrari. Robert Kubica e Nick Heidfeld deram adeus à BMW, que sai da F-1, e Giancarlo Fisichella, que mais uma vez ficou para trás - além de ser o único punido na prova, com uma passagem nos boxes por excesso de velocidade na parada - deu adeus às corridas pela Ferrari (será piloto de testes).
Outros que saem: Kimi Raikkonen, 12.º na prova, que sai da Ferrari e ainda não definiu seu destino. As indecisões: a Toyota não definiu seus pilotos, assim como Toro Rosso, a Renault (uma vaga), Force India e Brawn (uma vaga). Os nomes serão anunciados nas próximas semanas.
Lá na frente, Vettel garantiu a vitória graças ao bom rendimento de seu carro. E foi beneficiado pelo abandono de Lewis Hamilton, que liderava a prova até a 20.ª volta, quando teve de abandonar, a pedido dos engenheiros, por problemas no freio traseiro direito de sua McLaren. Webber não foi ameaçado por 51 voltas. Foi quando encostou Button, que tentou ultrapassá-lo até o fim, mas não conseguiu, apesar de emocionantes tentativas.No Mundial de construtores, a Brawn GP é campeã com 172, contra 153,5 da austríaca Red Bull.
O INACREDITÁVEL FICOU POR CONTA DE ALGUERSUARI - A cena mais insólita da corrida aconteceu na volta 20: o espanhol Jaime Alguersuari, da Toro Rosso, entrou nos boxes para reabastecer mas errou o lugar: entrou na coirmã Red Bull, no lugar de Vettel - que vinha logo atrás - e assustou. Os mecânicos foram rápidos e sinalizaram para que ele passasse direto. Por causa disso, o espanhol abandonou instantes depois por falta de combustível, pouco depois dos boxes. E disse às televisões que tinha problema nos freios.
Classificação da prova:
1.º - Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1h34min03s314
2.º - Mark Webber (AUS/Red Bull), a 17s857
3.º - Jenson Button (ING/Brawn), a 18s467
4.º - Rubens Barrichello (BRA/Brawn), a 22s7356.º - Kamui Kobayashi (JAP/Toyota), a 28s343
7.º - Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 36s366
8.º - Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 41s294
9.º - Nico Rosberg (ALE/Williams), a 45s941
10.º - Robert Kubica (POL/BMW), a 48s180
11.º - Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 52s798
12.º - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 54s317
13.º - Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 59s839
14.º - Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1min09s687
15.º - Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), a 1min34s450
16.º - Romain Grosjean (FRA/Renault), a 1 volta
17.º - Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), a 1 volta
18.º - Adrian Sutil (ALE/Force India), a 1 volta
Não terminaram a prova: Lewis Hamilton (ING/McLaren), abandono, volta 20
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), abandono, volta 21
Volta mais rápida: Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min40s279, na volta 54
COMO FICOU O CAMPEONATO
Classificação final do Mundial de Pilotos após 17 corridas:
Posição Piloto País Equipe Pontos
1 Jenson Button ING Brawn-Mercedes 952 Sebastian Vettel ALE RBR-Renault 84
3 Rubens Barrichello BRA Brawn-Mercedes 77
4 Mark Webber AUS RBR-Renault 69,55 Lewis Hamilton ING McLaren-Mercedes 49
6 Kimi Raikkonen FIN Ferrari 48
7 Nico Rosberg ALE Williams-Toyota 34,5
8 Jarno Trulli ITA Toyota 32,5
9 Fernando Alonso ESP Renault 26
10 Timo Glock ALE Toyota 24
11 Felipe Massa BRA Ferrari 22
12 Heikki Kovalainen FIN McLaren-Mercedes 2213 Nick Heidfeld ALE BMW Sauber 19
14 Robert Kubica POL BMW Sauber 17
15 Giancarlo Fisichella ITA Ferrari 8
16 Sebastien Buemi SUI STR-Ferrari 6
17 Adrian Sutil ALE Force India-Mercedes 5
18 Kamui Kobayashi JAP Toyota 3
19 Sebastien Bourdais FRA STR-Ferrari 2
20 Nelsinho Piquet BRA Renault 0
21 Kazuki Nakajima JAP Williams-Toyota 022 Jaime Alguersuari ESP STR-Ferrari 0
23 Romain Grosjean FRA Renault 0
24 Luca Badoer ITA Ferrari 0
25 Vitantonio Liuzzi ITA Force India-Mercedes 0
NOVIDADES PARA 2010
Fim de reabastecimento e mais equipes aquecem temporada 2010
Competição terá 13 ou 14 times nas pistas e uma mudança que promete embaralhar as cartas nos bastidores.
Para se projetar a temporada de 2010 é preciso compreender as razões de, no campeonato que termina hoje, com o GP de Abu Dabi, equipes como Brawn GP, ex-Honda, e Red Bull, até no ano passado não-frequentadoras usuais do pódio, disputarem o título. Mais: é necessário entender o que fez Ferrari e McLaren, dominadoras das últimas edições do Mundial, ficarem, de repente, tão para trás.
Mas, independentemente de tudo o que ocorreu este ano nas pistas, a temporada que vai começar no dia 14 de março em Bahrein, tem dois atrativos maiores: serão 13 ou 14 times, e não 10, como agora, e um mudança nas regras promete, de novo, embaralhar as cartas: o fim do reabastecimento de combustível.
A organização dirigida pelo competente engenheiro inglês Ross Brawn venceu, com méritos, os dois títulos, de pilotos, com Jenson Button, e de construtores. Mas não há como não mencionar que o fato de ter concebido o modelo BGP001 para o uso do duplo difusor tem grande importância na conquista. O recurso aerodinâmico permitiu maior velocidade nas curvas, freadas mais estáveis e facilitou a homogeneidade do conjunto, que se traduz em um carro que quase nunca apresenta falhas. Red Bull, Ferrari, McLaren, por exemplo, projetaram seus monopostos sem o duplo difusor. Tiveram, depois, diante da eficiência do recurso, de adaptar seus carros para incorporá-lo. "É diferente de conceber o projeto com ele", comenta o engenheiro responsável pela Ferrari F60, Nicolas Tombazis.
Mas, o fator que mais comprometeu a eficiência dos modelos de Ferrari, McLaren, Renault e BMW foi a adoção do sistema de recuperação de energia (Kers). "Colocar 50 quilos num Fórmula 1 é algo muito complexo", explica Martin Whitmarsh, diretor da McLaren. "Vimos depois de algumas provas que a adição de todos os equipamentos do Kers, motor elétrico e baterias, comprometeu a distribuição de peso do carro", explica Willi Rampf, diretor-técnico da BMW. "Estamos projetando nossos modelos de 2010 sem o Kers", afirmaram Tombazis e Whitmarsh. "O Kers só favoreceu a performance em alguns circuitos", fala Whitmarsh.
A Red Bull não tinha duplo difusor, mas não incorporou o Kers. Há um consenso na Fórmula 1 de que o modelo RB005, do excelente Sebastian Vettel e Mark Webber, foi o melhor do campeonato. "Se neste ano não houvesse tanta política, eles (Red Bull) teriam sido campeões. Fizeram o melhor carro", afirma Felipe Massa, sobre o trabalho do genial projetista Adrian Newey. Ele também se rendeu ao duplo difusor, mas como seus colegas de Ferrari e McLaren, apenas adaptou o recurso ao carro.
Esse quadro deixa claro que a Brawn GP encontrou condição excelente para emergir, sem tirar seu mérito pela eficiência do BGP001: Red Bull, Ferrari e McLaren não tinham o duplo difusor e os dois últimos comprometeram seus monopostos ao introduzir neles o Kers.
Para 2010, a não ser que surja alguma surpresa, todos trabalham sob as mesmas regras. É pouco provável que surja alguém com novidade revolucionária e decisiva como o duplo difusor. E o Kers também não irá criar imensas dificuldades técnicas, em especial na distribuição de peso, como este ano, porque foi feito um acordo entre elas de não adotá-lo na Fórmula 1 em 2010. "Não tenho motivo para não acreditar no time de engenheiros da Ferrari quando o regulamento é o mesmo para todos", diz Felipe Massa.
O próximo campeonato reúne, pelas razões expostas, todos os elementos para ser intensamente disputado. Brawn GP, Red Bull, Ferrari, McLaren, Renault, dentre outros, tendem a produzir carros de desempenho semelhante. Massa lembra, porém, a significativa alteração que será introduzida com a proibição de reabastecimento. "Vamos começar as corridas sendo de quatro a cinco segundos mais lentos que na classificação, no dia anterior, e as voltas finais, por causa de largarmos com cerca de 170 quilos de gasolina." O piloto dá mais detalhes: "O carro terá de ser eficiente em condições bastante diferentes. Acho que vamos ver vários erros de pilotagem no começo."Nada menos do que 13 equipes estão confirmadas para 2010, mas se todas concordarem, a Sauber, novo nome da BMW, também vai disputar o Mundial. Quatro são estreantes: Campos, de Bruno Senna (Foto ao Lado) , Manor, provável escuderia de Lucas Di Grassi, Lotus (nada tem a ver com a original) e US F1. Deverão ter participação modesta.
FOTOS DA CORRIDA
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